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quarta-feira, 4 de julho de 2018

Carta Aberta ao Senhor Ministro da Administração Interna



Boa tarde motociclistas

INSPECÇÕES,
uma extorsão legalizada

Agora que estamos no verão, aquela altura do ano em que muitas das motos são trazidas a estrada.
Umas para aquela viagem à muito planeada, outras para as idas a praia ou aquela concentração onde vamos nos re-encontrar com amigos de longa data.

No entanto não devemos esquecer que existe quem procure fazer negocio de uma forma ignóbil e traiçoeira.

Querendo impor algo que em nada beneficia a segurança rodoviária, mas apenas que explorem ainda mais com um imposto camuflado os motociclistas.

E isso são as tais INSPECÇÕES, feitas por supostos técnicos em nada qualificados sendo que os conhecimento sobre motociclos resume-se ao mais básico.

Dessa forma, eis que hoje lanço novamente esta carta aberta ao Senhor Ministro do M.A.I.

Será que irei ter resposta??

Uma coisa é certa a defesa do motociclismo está dependente de cada um de nós.
Não devendo esperar que sejam outros a fazer, mas sim tendo uma parte activa, em vez de somente pensarmos em festas e romarias.
Pavoneando como verdadeiros motards usando um colete mas não sendo firmes na defesa do motociclismo.

Até porque cada estado membro da U.E. pode ou não aceitar todas as directivas que vem de Bruxelas podendo inclusive alterar para a sua própria realidade nacional.

Fica um video de como se processa uma inspecção no Reino Unido, onde existem inspecções desde 1960.
No entanto é bastante contorverso e irei apresentar-vos reportagens que tenho feito com varios responsaveis de marcas em que o resultado é bastante surpreendente.

Pois somente 0,01% das motos apresentadas para inspecção ou no caso ingles MOT acaba por chumbar.
Nomeadamente nas classes 50 e 125cm3, exactamente as classes que a ANCIA não considera ser necessario.
Bastante estranho esta forma de pensar da ANCIA,  quando o seu presidente se diz preocupado com a segurança rodoviária.

Mas que podemos esperar de uma entidade que nada percebe de motos ou do meio motociclistico.
Que julga que motos são apenas veículos e nada mais, não  devendo por isso ser alterados, como é o caso de malas e outros acessórios que para os tais ditos inspectores já são alterações.
Pois motos tem de estar conforme estavam quando saíram da fabrica.

Engraçado, que por acaso esses mesmos acessórios são regulados e certificados pela própria U.E.

Mas é claro, o que importa e tirar o máximo proveito e assim aumentar o numero de clientes nos centros de inspecção para ganharem ainda mais.
Pois todos sabem como fazer passar aquele carro que ate nem está nas melhores condições mas que o tal "amigo" ou aquela notinha deixada no porta-luvas fará toda a diferença e assim a viatura terá o tal papelinho verde.

Por isso está nas mãos de todos os motociclistas dizer NÃO a quem afinal apenas quer tirar proveito, pois segurança para estas pessoas é palavra de dicionário.

Votos de boas curvas em segurança

Video sobre uma inspecção a motociclos no Reino Unido
https://youtu.be/RLmIO7Z0qwM


Carta aberta ao Senhor Ministro da Administração Interna.
Sr. Ministro Eduardo Cabrita
Tendo lido várias noticias sobre o que o Sr. Ministro da Administração Interna disse hoje, que Portugal tem de transpor até 2021 a directiva europeia que determina a obrigatoriedade de as motos realizarem inspecções periódicas, estando a ser feita uma análise "com muito rigor".
Deixe que como motociclista lhe aponte vários factores que deduzo o Senhor Ministro não esteja bem informado, ou então, esteja a fazer ouvidos de mercador como geralmente diz o povo.
Foi-lhe já dada informação que os números referentes a sinistralidade estariam de certa forma errados.
Dessa forma e fazendo transcrição, que as duas entidades maximas ligadas ao sector já o teriam esclarecido.
"A Associação Automóvel de Portugal e a Federação de Motociclismo de Portugal esclarecem ainda que as vítimas mortais em percentagem do total de acidentes envolvendo veículos de duas rodas com motor têm vindo a reduzir-se significativamente, tendo passado de 3% entre 2000 e 2005, para 2% entre 2006 e 2014, e, finalmente, para 1% entre 2015 e 2017."
Será difícil ver a realidade Senhor Ministro?
Será possível ver que em 27 estados membros da União Europeia somente 17 tem inspecções a motociclos.
E que mesmo entre esses 17 estados internamente a situação das inspecções tem sido colocada em causa.
Passando cada vez mais a fiscalização para as forças de autoridade, visto que as inspecções não garantem que nenhum veiculo esteja na realidade em excelentes condições ou mesmo tenha sido alterado após ter efectuado a inspecção.
Saliento que as mesmas inspecções não garantem que tenham real efeito sobre a sinistralidade rodoviária.
Como querem fazer parecer o responsáveis da ANCIA - Associação Nacional Centros Inspecção Automovel.
Pois mesmo em motociclos inspeccionados somente cerca de 3% apresentam pequenas falhas que nalguns dos países da U.E. onde existe inspecções dá origem a advertência na folha de inspecção, não sendo por isso causa de chumbo do veiculo.
No entanto acontece que em alguns dos 17 países as inspecções são feitas em oficinas especializadas por mecânicos de motociclos, que tem formação e anualmente recebem informação sobre os novos veículos lançados no mercado, assim como os inúmeros acessórios certificados para os motociclos.
Bem diferente de um pressuposto técnico ou inspector que não tem formação actualizada e na maioria das vezes somente tem carta de condução, desconhecendo os imensos acessórios certificados pela U.E. para motociclos.
Pois uma moto não é igual a um carro que comprado no stand raramente é alterado.
Mais uma vez para sua informação Senhor Ministro, eis um facto de que as inspecção não são isentas e que por várias vezes acontece que nos serviços de comunicação social aparece noticias de corrupção nos centros de inspecção, em que a troco de dinheiro ou favores a amigos os veículos automóveis passam, apesar de apresentar defeitos que poderiam dar direito ao chumbo e por isso nova reavaliação.
Eis um exemplo noticiado.
Poderá o Senhor Ministro justificar a esta família que o seu ente querido não teria sofrido um acidente porque o carro teria a dita inspecção, em vez de ter-se mais um artigo de jornal que nenhum motociclista gosta de ler?
Ou será que deveríamos ter mais agentes nas estrada, com viaturas identificadas em vez de estarem a secretaria nas esquadras ou camuflados a espera que quem exceda o limite de velocidade?
Afinal para que servem os carros aprendidos em operações de combate ao narcotráfico que poderiam ser facilmente equipados, como fazem em muitos dos estados membros da U.E. e assim serem uma forma dissuasora?
Senhor Ministro, os motociclistas são pessoas de bem que até podem ajudar ainda mais a sociedade em geral.
Através dos seus Moto Clubes que reconhecidos pelas suas autarquias tem já actualmente um papel activo na sociedade em inúmeras acções de apoio social.
Por acaso sabe que num dos estados membros da U.E. os motociclistas de forma voluntaria fazem o transporte de sangue, plasma , leite materno e outros serviços entre unidades hospitalares?
Poupando inclusive imenso dinheiro ao Serviço Nacional de Saude Ingles!
Se não sabe, pois informe-se, talvez a sua vida possa um dia depender de um desses motociclistas.
No atentado em Manchester fez muita diferença a muitas das vidas e ainda faz diariamente.
E como pode o Senhor Ministro justificar que sejam os motociclistas os causadores de acidentes quando em estatísticas apresentadas pela propria U.E. mais de 75% de culpa pelos acidentes rodoviários são atribuídos aos automobilistas?
Isto sem contar para exemplo pelas piores razões, a Nacional 125 no Algarve, onde o numero de acidentes aumentou desde a entrada em vigor das portagens na Via do Infante.
E Senhor Ministro, já que julga que é andando a 30 quilometros/hora que aumenta a segurança rodoviária.
Tente fazer isso ou então peça ao seu motorista.
Pois com toda a certeza verá que não só tornará ainda mais caótico o transito nas cidades, como irá de certeza sentir na pele a frustração dos condutores.
Sem contar que em nada irá melhorar a segurança rodoviária facto que a muito foi já confirmado pelo seu homologo inglês.
E quanto ao ensino, eis que a pouco tempo a G.N.R. fez uma acção de formação que realmente é de louvar.
Mas que afinal apenas comprova que o ensino nas escolas de condução é deficiente, assim como pouco seguro, onde se vê alunos sem equipamento a ter aulas em locais pouco próprios como locais de estacionamento publico ou rodando na estrada com o instrutor num carro atrás, como se fosse possível um carro acompanhar devidamente uma moto no meio do transito.
No entanto são as mesmas escolas de condução que sugerem ao Senhor Ministro que qualquer pessoa deveria ter aulas para conduzir um motociclo.
Facto comprovado que desde a entrada em vigor da lei das 125 o mercado dos motociclos ganhou novo fôlego e inclusive trouxe às escolas de condução novos alunos que tendo experimentado os benefícios do motociclismo quiseram assim obter a carta para terem motos com maior cilindrada.
E claro muitos destes novos recém- motociclistas eram condutores de automóveis.
Com esta lei veio-se a fomentar a economia, maior mobilidade nas cidades e claro Portugal tem imenso potencial e apresenta um leque de empresas com produtos para motociclistas com reconhecimento alem-fronteiras.
É claro que estamos a falar em mercado de trabalho em zonas como Águeda entre outras, que assim fixou pessoas e desenvolveu as localidades melhorando o factor sócio-económico.
Por isso e por muitas outras razões Senhor Ministro, os motociclistas querem mais segurança rodoviária nas estradas nacionais mas não a custa de oportunismos baratos ou de "impostos" camuflados por portagens ou inspecções que em nada beneficiam.
Por essas e por muitas outras razões os motociclistas dizem "NÃO AS INSPECÇÕES" pois não pactuam com entidades que apenas usam a segurança rodoviária como pretexto para aumentar os seus lucros.
E não se esqueça Senhor Ministro que os motociclistas votam e tem um papel activo na sociedade em geral.
E já agora não esqueça, que à muito foi aprovada uma lei sobre os rails, aquelas barras que o senhor vê na estrada mas que podem matar ou ferir de forma cruel quem tenha o azar de lá ir parar, e que apesar de a lei ter sido aprovada em muitos locais do pais esses "assassinos de metal" continuam a estar desprotegidos.
Não se esqueça Senhor Ministro, que somos MOTOCICLISTAS mas também somos, Pai, Mãe, Filho(s), Marido, Esposa de alguém que nos é muito querido por isso temos a paixão por motos mas não deixamos ao desmazelo a nossa segurança,
Por isso deixe de lado as tais inspecções e outras ideias absurdas e dê as autoridades meios que tanto precisam e que sejam eles a ter o papel de fiscalização mais activo e visivel nas estradas nacionais.
Inclusive estando também eles, agentes de autoridade com equipamento nacional sendo assim não só uma forma de promoção nacional mas um exemplo para os outros.
Pois a Industria nacional agradece e apoia com toda a certeza.
Cumprimentos Senhor Ministro
Paulo Baltazar
Motociclista português

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