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sábado, 13 de fevereiro de 2021

Pela rota da Beira Interior

 

Ladies and Gent´s

Desta vez pela mão do Vitor Soares aos comandos da sua Yamaha FJR, leva-nos a descoberta da Beira Interior de Portugal.

Paisagens de encanto e com uma rara beleza que deslumbra qualquer motociclista.

Assim e com partida da Cidade Invicta eis que vamos a descoberta ...

Cronica

1º Dia

Manhã no Porto  e  desta vez, um fim de semana prolongado impunha uma viagem de dois dias, para saborear as paisagens, à descoberta de locais que merecem uma visita atenta.

Uma particularidade é a busca de locais históricos, e estradas de reconhecida beleza paisagística.

Uma volta circular a espreitar as belezas … da Beira Interior !

 
Depósito atestado, bagagem nas malas laterais  e sigaaaa !! 

A aventura espera por nós… 


Primeira paragem  Pateira de Fermentelos / Miradouro da Espinheira

Nas imediações de Aveiro, podemos encontrar a maior lagoa natural da Península Ibérica.

Área sensível e importante zona húmida da Rede Natura 2000, ali ocorrem habitats, ecossistemas e espécies com estatuto de protecção nacional e internacional, como a lontra, a toupeira de água e a rã ibérica, peixes como o sável e a savelha, e aves, como o maçarico, o milhafre-preto e muitos outros. 

Um início de viagem com uma agradável surpresa, este espelho de água possui uma riqueza ímpar em fauna e flora. 



Depois de retomar a estrada, percorremos a N230 que liga a Aveiro à Covilhã… 

Iremos reencontrá-la mais adiante, já mais proximo da Serra da Estrela… ;) 

É tempo de rumar ao Luso e seguir em direcção à Mata Nacional do Buçaco 

 Palácio Hotel do Buçaco considerado como o último legado dos reis de Portugal constitui-se num conjunto arquitectónico, botânico e paisagístico único na Europa.

Onde está instalado atualmente o Palace Hotel do Buçaco: um dos mais belos e históricos hotéis do mundo. 


Os jardins, a mata, os seus miradouros e o calvário... muitas são as possibilidades para sentir a paz que este local nos transmite. 

Fica para uma posterior visita a deslocação ao Museu Militar da Batalha do Buçaco (ou Bussaco, de acordo com a grafia antiga), foi uma batalha travada durante a Terceira Invasão Francesa, no decorrer da Guerra Peninsular.



Uma curiosidade : Porta da Rainha 

Esta Porta foi aberta em 1693 para a passagem da Rainha de Inglaterra D. Catarina de Bragança, que pretendia visitar o Bussaco por razões de fé. 

Porque a visita não chegou a ter efeito foi a porta entaipada e reaberta em 1704 quando passou pelo Bussaco o Rei D. Pedro II. 

Foi restaurada em 1876. 

Ainda a respeito da Rainha, a impossibilidade da visita acabou por ser abençoada pois tratar-se-ia da primeira entrada de mulheres na Cerca Conventual. 

Quis a vontade divina, disse-se então, que tal não acontecesse. 

Como curiosidade acrescente-se que foi esta rainha Catarina, mulher do rei inglês Carlos II, que introduziu no Reino Unido o uso do tabaco e do chá, o segundo que se veio a tornar depois num hábito institucional da nação inglesa que se mantem até hoje. 



A hora ia avançando e a pausa para café, acompanhado por uma nevada de Penacova ou um pastel de Lorvão fariam a combinação perfeita com a panorâmica que temos sobre o Rio Mondego.



Pela  EM508 seguimos para o Rio Alva, e atravessamos a Ponte das 3 entradas, usufruindo agora de uma zona de curvas e paisagens nas encostas do monte colcurinho. 


Diante de nós surge a aldeia “Natal”… Piódão… 

Quer envolta numa aura mística de nevoeiro, quer num dia de céu azul, conseguimos identificar a igreja branca num quadro de xisto proporcionado pelas casa contíguas. 

Um cenário ímpar.




Pelo CM 1134, apontamos a Loriga, ziguezagueando pelas encostas das serras. 

Sendo que encontramos nesta localidade uma ponte suspensa com uma bela panorâmica sobre a praia fluvial. 

Um recanto bem escondido deste nosso Portugal.


Eis que surge a aldeia da Cabeça, situada no topo de uma elevação e onde podemos ver amplas áreas de socalcos, com vista ao cultivo de terras que se afiguravam pouco adequadas a essa função.

 Uma forma que permite o cultivo das terras, vencendo os desníveis e que origina um espectáculo ímpar. 



Era tempo de fazer uma pausa pois já acumulávamos uns quilómetros. 

A bela localidade de Loriga recebia-nos com um cheiro a lareira… maravilha !! 

E também a sua bela praia fluvial com água gélida… 




De novo na estrada seguimos pela N231 e N230 atravessamos a localidade de Alvoco da serra com umas vistas serranas de cortar a respiração e apontamos já a Unhais da Serra, no distrito de Castelo Branco, com um festival de curvas e a vegetação que se torna densa e onde o cheiro a pinho predomina.

 Cuidado com a caruma no chão… mas sabe bem rolar em direcção ao vale de Tortosendo/Fundão.

  Eis que ao longe vemos a Aldeia Histórica Monsanto que detém um encanto singular, que são confirmados com os dois títulos atribuídos no séc. XX – Aldeia Mais Portuguesa de Portugal, em 1938, e o de Aldeia Histórica em 1995. 

Ícone turístico da região, Monsanto é uma experiência peculiar para quem a visita. 

A parte mais antiga está no ponto mais alto, onde os Templários construíram uma cerca com uma torre de menagem.



E sobre a guarda desses guardiões de outrora, pernoitamos.

2º dia *******************************************************************************

O dia amanheceu lindo e propiciou a descoberta do casario e os penedos característicos desta localidade… 

A tranquilidade do local estava em perfeita sintonia com o despertar… 




D. Afonso Henriques conquistou Monsanto aos Mouros e em 1165 fez a sua doação à Ordem dos Templários, que mandou edificar o Castelo de Monsanto. As vistas desde aqui são soberbas …


 


Na Nacional 239, rumamos em direção a Espanha para encontrar a uns escassos 11 kms, a aldeia do municipio de Idanha-a-Nova onde podemos encontrar a Rota dos Fósseis !! 

No centro da aldeia permanece o Pelourinho, datado do reinado de D. Sebastião. 

Ao cimo da encosta, a Igreja Matriz de meados do século XX, mantém alguns elementos de uma estrutura anterior, com especial destaque para a grande pia batismal que se encontra no adro. 

Somos brindados com um acidente geográfico que nos tira o fôlego, muito mais ainda avistando desde a igreja matriz… até uma convidativa piscina natural embeleza esta aridez rochosa: 

Mais acima encontra-se o Castelo, de onde se pode apreciar uma paisagem inesquecível, com vista privilegiada sobre o profundo recorte do vale do Ponsul, onde estão os moinhos de rodízios outrora o maior conjunto de todo o concelho. 

Descendo em direção ao rio, percorre-se a Rota dos Fósseis. 

O Sr. Domingos foi o nosso cicerone e mostrou-nos os vestigios das espécies que habitaram no local.

 Ao longo do percurso encontram-se inúmeros vestígios do que foi a vida neste lugar há 600 milhões de anos, uma das principais razões da sua classificação e inclusão no Geopark Naturtejo da Meseta Meridional, criado sob os auspícios da UNESCO.






Por incrível que pareça, era hora de reconfortar o estômago no largo 25 de Abril, no restaurante “A Cave”, um local de eleição para os gastrónomos e apreciadores de um bom tinto. 

Classificado como Monumento Nacional, o Castelo ou Fortaleza de Penamacor, entendido como toda a área amuralhada do antigo burgo medieval, foi um dos mais poderosos castelos, integrando a linha de defesa da Beira. 

Durante a Guerra da Restauração estabeleceu-se na Vila uma estrutura de apoio logístico como hospital militar da Ordem de S. João de Deus a qual, mais tarde, viria a constituir-se como primeiras instalações do quartel de Penamacor… 

Respira-se a imponência da sua história. 




De visita em  Sortelha 

Deixo a descrição patente no site das “Aldeias Históricas de Portugal” que me parece perfeita e acrescento que é necessário estar lá e vos garanto que não se vão arrepender…

 “Sortelha é uma das mais belas e antigas vilas portuguesas, tendo mantido a sua fisionomia urbana e arquitetónica inalterada até aos nossos dias, sendo considerada uma das mais bem conservadas. 

A visita pelas ruas e vielas do aglomerado, enclausuradas por um anel defensivo e vigiadas por um sobranceiro castelo do séc. XIII, possibilita ao forasteiro recuar aos séculos passados, por entre as sepulturas medievais, junto ao pelourinho manuelino ou defronte igreja renascentista.” 






Nota: 

Dada a proximidade, não deixo de recomendar o desvio pelo Vale Glaciar de Manteigas e explorar o Covão da Ametade com subida posterior à Torre.

Vale Glaciar de Manteigas




Covão da Ametade 





E assim deixando o Parque Natural da Serra da Estrela e rumando a Cidade Invicta deixamos para trás paisagens e momentos que ficam na memoria tendo sido dias de encanto e de descoberta por um Portugal Interior. 

Eis uma sugestão que fica para quem gosta de partir a descoberta.

THE END !!!

Texto e fotos: Vitor Soares 


@ Todos os direitos reservados 












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