Ladies and Gent´s
Vieram de todos os lados às
centenas, com motos de todos os tamanhos e formatos e cilindradas.
Kawasaki, Honda, BMW, Yamaha,
Suzuki, Triumph, Ducati, Indian, Keeway ou Vespa.
Convergiram para reunir nos
pontos pré-estabelecidos pelo GAM, em grandes números em Lisboa e Porto, mas
também em Coimbra, Faro e na Madeira.
Os grupos estavam separados
por quilómetros nestas cidades, mas a mensagem, exibida por muitos em frases de
ordem impressas como “Segurança sim, negócio não!” era só uma:
Não queremos inspecções sem um critério definido, que tenha tudo a ver com a segurança e nada a ver com enriquecer determinados lobbies, ou dar mais dinheiro ao governo sob forma de um imposto encapotado.
De facto, como se sabe, as
motos já são das mais penalizadas com o IUC em relação ao seu peso, dimensão,
nível de poluição e presença na estrada.
O receio da grande maioria
dos motociclistas reunidos. que no caso de Lisboa e Porto numeravam acima de
3.000, é que os critérios utilizados pela proposta inspeção tenham mais a ver
com lobbies das marcas do que com segurança propriamente dita.
Ninguém, nenhum motociclista
em plena consciência, pode argumentar que as motos sejam isentas de inspeção
quando há muito os outros veículos na estrada estão sujeitos a elas.
O que queremos é saber que a
inspeção se vai prender realmente com os órgãos essenciais para segurança:
pneus, travões, suspensões e sistemas de iluminação, e não com considerações
espúrias sobre a homologação de uma mala ou o número de homologação da
comunidade Europeia estampado num escape.
Mais uma vez, é preciso olhar
para os países que fazem as coisas bem e não seguir cegamente as propostas
europeias:
Em países como a França,
Holanda e Dinamarca, os respectivos governos já recusaram as inspeções nos
moldes em que eram propostas, cientes de que apenas 0,3 dos acidentes com motos
são provocados ou influenciados por um defeito mecânico.
Assim, importa mais
urgentemente resolver as causas reais dos outros 99,7%, como descuidos dos
automobilistas com maior formação e cuidados com o equipamento rodoviário e
mobília urbana, que por vezes é um contributo, se não mesmo a causa de
acidentes.
Reunidos às centenas, à hora
marcada, orientados pelos homens do GAM e precedidos por uma escolta policial,
os motociclistas convergiram nos pontos pré-estabelecidos numa demonstração de
civismo e solidariedade a uma causa comum.
O ambiente foi descontraído,
mas a mensagem não deixou dúvidas:
Não queremos inspeções nos
moldes em que elas são propostas, não queremos enriquecer lobbies que nada tem
a ver com a segurança e tudo com lucro, e não queremos uma medida que, no
fundo, é mais um agravamento dos pesados impostos que já recaem sobre as duas
rodas.
Mais
uma vez mostramos que estamos unidos e preparados para lutar pelos nossos
direitos e demos uma lição de organização e civismo que foi ecoada por todas as
televisões portuguesas!
Texto: Paulo Araujo
Fotos: Paulo Baltazar
www.ridelikewind.co.uk
Reprodução de texto e fotos somente por autorização, estando todos os direitos de autor protegidos.
Restante album:
Sem comentários:
Enviar um comentário